Opinião: Escolheremos entre o “menos pior”. Mas isso é da democracia, respeitemos! 3x3e5o

Por quais motivos iremos escolher entre dois candidatos com rejeição acima de 40%?

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“A política… há muito tempo deixou de ser ciência do bom governo e, em vez disso, tornou-se arte da conquista e da conservação do poder.” 3q1q1d

A frase acima, do escritor italiano Luciano Bianciardi, está em seu romance La Vita Agra, publicado em 1962. Apesar de ter 60 anos, a frase é atualíssima se a transportarmos para o que acontece na política brasileira nos últimos anos.

A maioria da população, se consultada, não sabe dizer o nome de um político tupiniquim que possa ser lembrado como estadista, como aquela pessoa ativamente envolvida em conduzir os negócios de um governo ou moldar a sua política. Isso se dá por alguns motivos; a políticofobia talvez seja a principal causa.

Políticofobia é a repulsa que os cidadãos têm em relação a tudo que seja política e gire à volta dela. Um grande equívoco que precisa ser reparado para que possamos exercer fielmente a democracia em nosso país. Esse descaso com a política em uma nação onde exercer o direito ao voto é obrigatório nos trouxe agora para um segundo turno da eleição presidencial dois candidatos que têm rejeições acima de 42% (Bolsonaro tem 48% e Lula 42%, segundo o Ipec). Ou seja, vamos escolher o “menos ruim”!

A repulsa do eleitor é justificável. Não vemos nos debates entre os presidenciáveis nenhum projeto, nenhuma discussão, sobre temas que realmente poderiam mudar a vida da população. Entre as promessas – quando na verdade deveriam ser compromissos – estão a volta da picanha na mesa (como se esta já tivesse feito parte do cardápio dos menos favorecidos) por parte de Lula, e a promoção da “igualdade de salários entre homens e mulheres que desempenham a mesma ocupação laboral” – como se isso já não estivesse garantido na Constituição de 1988 – por parte de Bolsonaro.

O principal debate atualmente é sobre quem é o pai do programa de transferência de renda ao menos favorecidos (Bolsa Família/Auxílio Brasil). Lula diz que o programa foi criado em seu governo; Bolsonaro diz que triplicou o valor reado aos cadastrados. Ninguém menciona o que fará para tirar da lista de beneficiários (cerca de 15 milhões de famílias) estes cidadãos. Não há propostas para impedir o aumento da inflação, para gerar emprego e renda que dê dignidade ao brasileiro.

O que se vê são manobras digitais nas redes sociais, propagação de fake news, incitação ao ódio, promessas de vingança política, mentiras, manipulação do eleitor, demonstração de afeto e carinho por ex e ferrenhos inimigos políticos como se essa mudança fosse a coisa natural do mundo… Tudo por conta da perpetuação do poder.

É preciso pensar o país de forma diferente. É preciso fazer reformas políticas, tributárias e sociais para que a população tenha seus interesses resguardados de forma ética e que os menos favorecidos não fiquem totalmente dependentes da esmola governamental.

Não sou eleitor de Lula e tampouco de Bolsonaro, mas aceito democraticamente a eleição de um dos dois. Penso que Lula deve ter tido muito tempo pra pensar em todos os erros que cometeu e que Bolsonaro tenha aprendido, com as dificuldades que vem encontrando para se reeleger, que o país não aceita mais os arroubos de ignorância e a suposta volta da ditadura. Torço para que os erros tenham feito bem aos dois que postulam a cadeira mais macia do Planalto, e que tenham aprendido com eles. O país não merece, o país não aguenta, o mesmo Lula ou o mesmo Bolsonaro mais quatro anos.

Seja qual for o eleito, é preciso respeitar e torcer para que este faça sucesso para o bem coletivo. A oposição deve sempre existir, mas que esta seja feita de forma ética, respeitosa, e, acima de tudo, pensando no melhor para o país.

3 comentários em “Opinião: Escolheremos entre o “menos pior”. Mas isso é da democracia, respeitemos!” 94u5l

  1. HANNY MARCIA AMORAS DOS SANTOS Responder

    Zé Dudu comunista? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.. gargalhando até 2050. Veja só, meu caro amigo Zé, como algumas pessoas reagem diante de opinião adversa as suas. Julgam e condenam, algo bem contumaz nas eleições deste ano, talvez as mais agressivas de toda a história. Se antes eu não estava mais frequentando as redes sociais, agora mesmo que o longe delas. Grupos de whatsapp estão uma tortura desde o início do ano e pioraram agora. As mesmas conversas, mesmos ataques, mesmos mimimis. E nada de eu encontrar algo que me convença a votar em um dos candidatos algo que mereça meu voto de confiança. Desconfio que não conseguirei evitar o voto nulo porque nenhum dos dois candidatos chega aos pés do nosso Brasil. Mas, como tu, irei respeitar quem vencer. E torcer, torcer muito para que governe dignamente. Pobre Brasil!.
    Abraço, Zé! E vamo que vamo.

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